quarta-feira, 21 de abril de 2010

Rua das Janelas Verdes

Há dias esperava que ele aparecesse. E se estivesse errada? Revia suas palavras. Refazia o caminho indicado. Não poderia ser mais fácil: era a única janela vermelha. No décimo dia, entendeu. O amor de sua vida fora perdido para o destino. Ele era daltônico.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sem gelo, por favor

Sábado, sol. Na mão, o copo cheio. Na boca, outra. Presa. Colo certo. Quente. Enjaulada entre braços. Conduzida. A boca ainda. Pernas? Sim, tenho. Por quanto tempo. Mais um quarteirão. Nuca. Olhos. Portão. E boca. O toque na orelha. Me dá a chave do salão? Escadas. Poucas. Isolados. Seu gosto. Puro.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

SOS

Então tive que me submeter ao gosto das despedidas e seus detalhes salgados. Pitadas da âncora que me prende ao mundo. O que é esse monstro com o qual me deparo toda vez? Velho conhecido, com quem nunca me acostumo. Fico presa ao pé da mesma cama enquanto entendo a existência das outras cores. Hipnotizada, levanto voo. Sem nunca deixar esse planeta. Aquele que sou eu e mais ninguém. Um ponto escuro no buraco negro de um universo que não existe.