quinta-feira, 30 de julho de 2009
quarta-feira, 29 de julho de 2009
Larguem as pedras
Quem nunca chorou com um filme de amor ou se emocionou quando leu uma poesia?
Quem foi que fingiu que não doía quando viu alguém ir embora?
Quem é que hoje implora por sentir mais dor, para ter na carne outro sangue que não seja o seu?
Por que cruxificar o espelho?
Quem foi que fingiu que não doía quando viu alguém ir embora?
Quem é que hoje implora por sentir mais dor, para ter na carne outro sangue que não seja o seu?
Por que cruxificar o espelho?
terça-feira, 28 de julho de 2009
segunda-feira, 27 de julho de 2009
Ontem
Eu não estava pronta quando você chegou. Talvez por isso você tenha me dominado tão facilmente. A gente não se defende do que não conhece. Enterrei minha dúvidas e joguei fora o antes de você. Tornei-me aquela que treme quando o relógio bate sete horas e você não chega. Tenho certeza de que fui feliz um dia. Quem sabe em outra vida.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
quarta-feira, 22 de julho de 2009
Educação
Não venha me dizer que você aprendeu assim. Eu sei que não é verdade. E não justificaria a sua agressão. Você me conhece. Sabe que meu tijolo é de vidro. Minhas paredes não sustentam tamanha violência. Agora não adianta recolher os cacos. Eles já não são mais eu.
terça-feira, 21 de julho de 2009
segunda-feira, 20 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Amor em tempos modernos
- Julieta!
- Oi?
- Julieta, sou eu. Apareça!
- Romeu? É você?
- Meu amor, apareça, preciso falar com você.
- Cadê você?
- Ô, mulher cega. Tô aqui!
- Cega? Isso é jeito de falar comigo?
- Qual é, Ju.
- Não gosto do jeito que você está me tratando.
- Foi uma brincadeira, amorzinho.
- Sei. Fala o que você quer, vai.
- Eu quero você, docinho.
- Foi pra isso que você me chamou?
- Eu queria te ver.
- É perigoso, você sabe.
- O que é o perigo diante do meu amor por você?
- Agora eu tô gostando.
- Quando será que poderemos ficar juntos?
- Ah, Romeu, o meu pai não pode nem ouvir o seu nome.
- Aquele velho, também, hein?
- É do meu pai que você tá falando.
- Mas é um traste, você tem que reconhecer.
- Ele só tá querendo me proteger.
- Ele tá é te mimando muito, isso sim.
- Agora eu sou mimada?
- Um pouquinho, vai.
- Mas você hoje tá demais, não?
- Eu gosto de você assim mesmo, mimadinha.
- Do jeito que você fala…
- É que a gente já tá há muito tempo nessa, né não?
- É verdade.
- Já tô ficando meio cansado desse balcão.
- Eu também.
- Se pelo menos você deixasse eu subir, passar a noite…
- Já te falei que só casando.
- Quer saber? Pra mim chega. Tá difícil demais já. Perdeu a graça.
- Você vai desistir de mim?
- Vou.
- E o que você vai fazer?
- Vou catar um certo inglesinho e ter uma conversa séria com ele.
- Por que?
- Tanta mulher no mundo e ele me arruma a mais complicada?
quarta-feira, 15 de julho de 2009
Use com moderação
E se nunca mais eu te visse? Eu sentiria seu corpo, mesmo em outro lugar. Já nem sei mais se esse cheiro é meu ou seu, ou a quem pertence o que vejo no espelho. Não falo mais meus poemas. Não converso com outras bocas. Leio você. Vivo enquanto você quiser.
terça-feira, 14 de julho de 2009
O melhor da festa
Ensaio meus passos antes de entrar. Passo o filme do nosso último encontro na memória, para lembrar de todos os seus fios de cabelo. O que eu vou dizer? Não quero que você ouça o que eu sinto de verdade. Você deve ver uma mulher segura, descompromissada. Feliz. Teria sido melhor mandar minha irmã no meu lugar. Agora é tarde. Só tenho mais um minuto. Minha única chance. É agora.
- Próximo.
segunda-feira, 13 de julho de 2009
quarta-feira, 8 de julho de 2009
terça-feira, 7 de julho de 2009
Meu grande amor
O entalhe denunciava a idade da peça. Eu quero essa, disse, quase em transe. Ninguém duvida da minha paixão pelo tempo. O que meus amigos não entendem é a obsessão por objetos que parecem recém desenterrados. O passado mora no meu sangue. Não sei explicar mais que isso. Acontece que obedeço um ser que explode dentro de mim no momento em que enxerga um fragmento de sua existência já terminada. Tão apegado à terra. Minha conta bancária não comporta suas necessidades. Mas sigo atendendo seus impulsos (como se eu tivesse escolha). É ele quem me dá sentido. Objetivo. Por isso minhas expedições pelo mundo. Ausência de relações. Meu amor é devotado à minha essência. Sou viciada em sua euforia. Até que ele me leve à morte.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
Flip que te quero
multidão do lado de fora do telão na mesa do Chico e do Milton
Entre mortos e feridos, salvaram-se todos que se estapearam por um ingresso. Essa foi a Flip mais concorrida, acho que posso dizer isso. Deu cansaço diante das filas. Preguiça diante do homem que segurava o cartaz “Compro 2 ingressos”. Vontade de ir embora diante da multidão que se espremia do lado de fora da tenda do telão pra ver o Chico e o Milton. No sábado, quase desisti de ver o resto. Ainda bem que não. Porque assim não perdi o Lobo Antunes. Para tudo. Esse homem é o cara. O mérito deve ser dado também ao Domingos de Oliveira. Queria poder absorver tudo que esses dois disseram. Mudaria a minha vida. E eu chegaria aos 60 muito melhor, não tenho dúvida. Até lá, quem sabe.
É uma felicidade ver que o evento tá bombando. Parece significar que tem mais gente se interessando pelo assunto. Será? Por outro lado, Paraty não vai ficar maior do que é. As tendas precisam crescer e se multiplicar? Talvez. Não gosto de dar opinião sobre o assunto. Não tenho a menor ideia do quanto é difícil realizar esse evento. Lamento somente ver mesas que estavam “esgotadas” na quinta de manhã ficarem com metade dos lugares vazios. Os patrocinadores ganhariam muito mais para suas marcas se distribuíssem esses ingressos.
Como sempre, voltei com uma lista de livros para comprar e uma vontade de escrever danada. E a torcida pelo ano que vem. Mais calmo.
quarta-feira, 1 de julho de 2009
Lula encontra Jesus
- Alô?
- Senhor Luis Alberto?
- Sim.
- Aqui é Jesus.
- Como?
- Quem fala é Jesus.
- Eu morri?
- O que?
- O que você pode querer comigo às 2 da manhã?
- Calma, senhor. É que houve um problema no setor 6.
- Setor 6? É o inferno, por acaso?
- Bom, depende de como o senhor encara seu trabalho.
- O que meu trabalho tem a ver com isso?
- Sr. Luis Alberto, aqui é da empresa de segurança. O alarme da sua empresa disparou.
- E o que você tem a ver com isso?
- Eu sou o responsável do plantão.
- Jesus?
- Isso. Eu preciso que o senhor vá comigo fazer a vistoria no prédio.
- Você quer que eu te encontre no prédio?
- Positivo. Alguém da empresa tem que acompanhar.
- Eu, Lula, encontrar você, Jesus, às 2 da manhã?
- Positivo, senhor.
- Vai me perdoar, não vai dar, não. É piada pronta demais. Ninguém vai acreditar.
- Mas, Sr. Luis Alberto…
- Me procura de novo daqui a uns anos. Ainda não tô pronto. Boa noite.
(baseado em fatos ocorridos essa madrugada na Sabiá)
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