terça-feira, 20 de outubro de 2009

De volta

Meus cabelos tão longos emaranharam-se na cauda do vento que passava. Sem que ele percebesse, tirou meus pés do chão. Encostei a mão na lua, revirei a via láctea, peguei um pedacinho de mercúrio. Quase perto do sol, minha carona se deu conta de mim. Faça o que quiser, mas não corte o meu cabelo, implorei. O vento amarrou uma tromba e tomou outro rumo. Vais me atrasar anos-luz. Mas foi a viagem de volta que valeu toda a minha vida. Vi minha casa e sorri de saudades. Quando meus pés acharam o equilíbrio, agarrei mais uma vez o vento e agradeci. Pode deixar, corto o cabelo hoje mesmo. Daqui não quero sair mais não.

Um comentário:

Anônimo disse...

gosto muito deste! parece descrever uma projeção...
bjs,
Tau.