sexta-feira, 17 de julho de 2009

Amor em tempos modernos

- Julieta!
- Oi?
- Julieta, sou eu. Apareça!
- Romeu? É você?
- Meu amor, apareça, preciso falar com você.
- Cadê você?
- Ô, mulher cega. Tô aqui!
- Cega? Isso é jeito de falar comigo?
- Qual é, Ju.
- Não gosto do jeito que você está me tratando.
- Foi uma brincadeira, amorzinho.
- Sei. Fala o que você quer, vai.
- Eu quero você, docinho.
- Foi pra isso que você me chamou?
- Eu queria te ver.
- É perigoso, você sabe.
- O que é o perigo diante do meu amor por você?
- Agora eu tô gostando.
- Quando será que poderemos ficar juntos?
- Ah, Romeu, o meu pai não pode nem ouvir o seu nome.
- Aquele velho, também, hein?
- É do meu pai que você tá falando.
- Mas é um traste, você tem que reconhecer.
- Ele só tá querendo me proteger.
- Ele tá é te mimando muito, isso sim.
- Agora eu sou mimada?
- Um pouquinho, vai.
- Mas você hoje tá demais, não?
- Eu gosto de você assim mesmo, mimadinha.
- Do jeito que você fala…
- É que a gente já tá há muito tempo nessa, né não?
- É verdade.
- Já tô ficando meio cansado desse balcão.
- Eu também.
- Se pelo menos você deixasse eu subir, passar a noite…
- Já te falei que só casando.
- Quer saber? Pra mim chega. Tá difícil demais já. Perdeu a graça.
- Você vai desistir de mim?
- Vou.
- E o que você vai fazer?
- Vou catar um certo inglesinho e ter uma conversa séria com ele.
- Por que?
- Tanta mulher no mundo e ele me arruma a mais complicada?

Um comentário:

Maria Lia disse...

hahahahahaha, adorei!
Parabéns.

beijos