- Já fez.
- Engraçadinho. Por que você está comigo?
- O que?
- É que às vezes eu me acho tão sem-graça… O que você viu de especial em mim?
- Ficou louca?
- É sério, eu preciso saber.
- Ah, sei lá. Eu acho você legal.
- Só isso?
- E bonita, também.
- Você não acha pouco para dividir a vida com alguém?
- Nunca pensei nisso.
- Por exemplo, a Renata incentiva o Rogério a pintar. Ela segura as pontas quando ele resolve fazer só isso.
- Isso é legal.
- A Ilma acolheu a mãe do Ivan na casa deles.
- Putz, essa já é santa.
- Eu nunca fiz nada assim por você.
- É verdade.
- Você não se ressente?
- Pensando por esse lado…
- Talvez você precise de alguém que dê um empurrãozinho para você escrever o seu livro.
- Poderia ser bom.
- Ou ainda que aprendesse a cozinhar com a sua mãe.
- Melhor não. Eu podia engordar muito.
- Tá vendo? Pensei logo numa coisa que ia te prejudicar.
- Também não é assim.
- E se eu não servir para você? Estaremos os dois perdendo o nosso tempo?
- Calma, Clotilde.
- A gente vai acabar ficando velho e ninguém mais vai querer a gente.
- Mas eu já tenho você.
- E eu sou por acaso algum prêmio de consolação?
- Não, meu amor.
- Meu amor? Você está debochando de mim, Luis Henrique?
- Não, querida!
- Querida? Você nunca me chamou assim. Já sei, você tem outra.
- Ah, não.
- Eu sabia que tinha alguma coisa errada.
- Olha, eu vou dar uma saída, viu? Quem sabe você se acalma.
- Volta aqui, Luis Henrique. Fala agora o nome da vagabunda.
- Quem sabe na volta.
3 comentários:
gostei bastante desse.
Ótimos diálogos! Delícia de texto e de humor. Parabéns!
obrigada! diálogos sempre são mais leves, né?
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