quinta-feira, 2 de abril de 2009

Saudade

A ponta do cigarro bateu no tapete. O gato passou em cima fazendo com que ela entranhasse no arbusto sintético, criando uma marca para eu não esquecer que algum dia você esteve aqui e me disse que nunca mais ia voltar. Venerei a mancha como quem entrega a alma a uma causa perdida, como se esperasse você surgir de dentro dela dizendo que tudo não passou de um trote. A sala ficou velha, tive que me despedir de muitas histórias em sofás furados e cadeiras quebradas, mas nunca deixei que te levassem. Recolho as cinzas todos os dias. Ainda te espero. 

3 comentários:

Tiago disse...

Uau, Fernanda! Tô gostando de ver, tá muito bom esse.
Bj

Fernanda disse...

Obrigadaaaaaa! bjs!

Bruno Akimoto disse...

Fantástico!