terça-feira, 28 de outubro de 2008

A quem interessar possa

Os anos se vingaram das minhas memórias. As ausências preencheram os cantos da casa e mataram minha infância. O inverno dos meus cinco anos chegou e nunca mais foi embora, fazendo de mim uma criança encolhida que enxergava as sombras nas paredes. Meus dias foram reduzidos a noites cada vez mais escuras. Nenhuma porta me separava do mundo real. Meus traços de menino duraram o tempo que o vento leva para desmanchar um ninho no topo de uma árvore; sumiram desde que foram maculados com a violência de um amor distorcido. Não sei se alguém tem culpa. Nem mesmo aquele de quem eu esperava o beijo de boa noite e que se tornou o dono dos meus pesadelos. Por favor, não chame meu ato de extremo, porque o propósito é desprezar a existência desse monstro, fazer com minhas lembranças o que nunca tive coragem de fazer com ele. A melhor vingança é fazê-lo desaparecer, apagar seu registro com uma bala na minha cabeça. Não lamente a minha morte, porque hoje terei paz. Ontem eu matei meu pai.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Literatura Celular do SESC

A convite do mestre Marcelino Freire, estou participando ao lado de grandes escritores (com muita honra) do projeto Literatura Celular, promovido pelo SESC. De 8 a 18 de outubro, 30 microcontos de até 120 caracteres serão enviados via SMS para quem se cadastrar no site. Além de mim, participam do projeto: Alberto Guzik, Alessandro Buzo, Ana Rüsche, André de Leones,Evandro Affonso Ferreira, Ferréz, Flávio Viegas Amoreira, Ivana Arruda Leite, João Silvério Trevisan, Lirinha, Luciana Miranda Pennah, Livia Garcia-Roza, Lourenço Mutarelli, Marcelo Ariel, Marcelo Rubens Paiva, Maria José Silveira, Mário Bortolotto, Maurício de Almeida, Menalton Braff, Moacyr Scliar, Modesto Carone, Paulo Lins, Pedro Biondi, Raimundo Carrero, Reinaldo Martins, Ronaldo Cagiano, Sacolinha, Sérgio Roveri e Verônica Stigger. Vale a pena conferir!

O cadastro poderá ser efetuado por quem tiver uma linha do Estado de São Paulo, da Claro ou da Vivo.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Destino

Delírios de um dia quente sem ter muito o que fazer. Paranóia seguida de certeza e de obras divinas no destino de quem tem tempo para pensar. Viver não é tão simples quanto parece.